Friday, November 27, 2009

Going green


Cem mil anos depois nem meu blog deve me reconhecer mais. Tá, não foram cem mil anos, mas foi um mês que valeu por mais ou menos isso. Foram tantos shows (de Devendra Banhardt a Woody Allen, passando por Milton Nascimento no Carneggie Hall), tantas óperas (de Turandot a Il Trittico passando por Aida), tantos museus (Kandinsky no Guggenheim, Robert Frank no Metropolitan, rock no Museu do Brooklyn, Moma), tantos espetáculos (teve Dreamgirls no Apollo e um bis de In the Heights), tantas visitas (Lari, Aida, Carlinha, Chico, Roberta, Eliana...), tantos restaurantes... Ah, melhor nem pensar!
Pois bem de volta à batalha, quero comemorar o fim de um dos livros mais difíceis dos últimos tempos. "Eating animals", do Jonathan Safran Foer. Demorei bem mais do que deveria. Na verdade, já fazia um tempo que não lia nem via nada sobre maus tratos a animais. Já estou prestes a completar um ano de um vegetarianismo muito bem resolvido, já sei de malefícios suficientes da indústria alimentícia pra me fazerem feliz com meus votos e, acima de tudo, não consigo mais olhar pra um bife sem pensar no meu cachorro e na minha gata.
Mas eis que resolvi ler o novo do Safran Foer. Demorei por vários motivos. Primeiro, porque queria decorar todos os dados assustadores (pra um sashimi de atum chegar a sua mesa, 145 espécies são mortas gratuitamente; a agricultura animal contribui 40% a mais pro aquecimento global que todos os meios de transporte juntos; 99% das fazendas nos Estados Unidos seguem métodos cruéis de criação e morte dos animais...), depois porque caí no choro seguidas vezes e desisti da leitura (vou poupar vocês das cenas de maus tratos por ele descritas) e, por fim, por causa da minha dificuldade de terminar livros que sempre me faz demorar duas semanas nas vinte páginas finais. Me apego a eles e é duro dizer adeus, fazer o quê? 
Mas o fato é que hoje terminei e sigo mais vegetariana que nunca, sabendo que essa é só uma pontinha do que posso fazer por um mundo melhor, mas pelo menos já é alguma coisa. Não quero ser responsável pela morte de ninguém, nem de uma tilápia, que é mais inteligente que muito marmanjo por aí, nem de um frango orgânico criado solto. Pra mim não dá.
Passei este primeiro ano de vegetarianismo tentando falar o mínimo possível nisso e me convencendo a não convencer ninguém a seguir o mesmo caminho. Mas hoje, pra comemorar, falo de peito aberto: que tal trocar um pedaço de bicho por uma plantinha?

1 comment:

Anonymous said...

Continue escrevendo ... estava sentindo falta!
Aproveito para começar a desejar um ano novo de grandes novas descobertas por aí.
beijo,
Mauricio (Reis)