
O primeiro dia de gravação em Las Vegas começou mostrando um pouco do que é a vida no mundo do entretenimento. Fomo a um circo, onde o brasileiros Neco faz espetáculos no Globo da Morte. Sempre foi meu número mais detestado no circo, aquele em que eu baixava a cabeça no colo da minha mãe. Só o barulho já me fazia tremer da cabeça aos pés. Pois hoje, não só vi o número inteiro (assustada, como sempre), como entrei no globo enquando Neco fazia acrobacias! Poxa, se eu sou capaz de dirigir um caminhão puxando um carro vou ficar com medo de uma motoca? Siiiiim!!! Nunca tremi tanto!
Mais desafiador que isso foi entender a vida daquelas pessoas. A trupe do circo normalmente nasceu sob a lona. É coisa de família. E tem mesmo que ser, para fazer tudo valer a pena. Primeiro desafio: eles moram em trailers. Se para a gente, que tem tempo determinado para a aventura, é uma barra, imagina passar a vida assim, sendo a casinha tem que ser dividida entre uma família inteira. No caso da Luciana, dançarina brasileira da mesma companhia, vivem ela, o marido e três filhos. Segundo desafio: é um mercado complicado, cheio de altos e baixos. Em época de crise, por exemplo, mal dá para pagar as contas. Terceiro desafio: vivendo sem endereço fixo, coisas básicas, como a educação das crianças, acabam tendo de ser negligenciadas. Os filhos da Luciana, por exemplo, fazem home school, mas já seguem os passos dos pais. Romarinho é malabarista. A do meio, contorcionista e o pequeno, ainda com cinco anos, por enquanto só corre de um lado pro outro. Tudo isso em nome de uma crença na arte e na genética. Todos eles falam no "sangue do circo" e tratam a gente como "pessoas da cidade". Com tanta coisa nova na cabeça, dormir, foi mais difícil que engolir facas.
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