Saturday, March 6, 2010

Dia 36 (05/03) - Amor de índio


Ano passado fizemos um programa sobre amores interculturais. Havia uma brasileira casada com um londrino, uma com um canadense e a mistura entre portugueses e brasileiros em Newark, New Jersey. Sempre gostei do assunto. Pensei até em fazer o doutorado na Columbia tendo ele como tema, mas acabei deixando isso de lado quando o projeto do Planeta Brasil na estrada virou realidade. O curioso era que qundo eu perguntava o mais atraía essas pessoas no companheiro, o discurso era parecido: para os americanos, o lado bom do brasileiro era o apego à família. Para as brasileiras, os americanos eram pouco machistas. Aqui em Phoenix, no entanto, esbarramos numa história que eu jamais previra. Andrea é uma gaúcha que vive há doze anos no Arizona e é casada com um native american, ou seja, um indígena americano, da tribo apache. Tom é bem urbanizado, apesar de ter passado a infância na aldeia. Tem o inglês como primeira língua, mas fala português melhor que muito brasileiro, Apache? Bem, ele já não se lembra muito... Os pais ainda vivem na aldeia, eles comem comida apache sempre que possível (nós provamos o tal do fried bread e o indian taco, deliciosos), os filhos dormiram em bercinho apache e têm lindas caras de índio. Andrea diz que um aprende muito com o outro. Ele é tranquilo, simpático, mas reservado. Ela, mais falante aberta. E assim, eles vão se equilibrando. Uma coisa além das palavras chamou nossa atenção. A troca de olhares entre pai e filhos era poderosa. Bastava Tom virar de relance para os dois se calarem, subirem para o quarto ou fazerem bagunça. Eles sabiam direitinho qual era a ordem presente naquele olhar. Depois ainda passamos na Casa Brazil, uma fundação que hoje conta com mais de 50 voluntários (o Arizona tem mais ou menos 3 mil imigrantes brasileiros) que arrecadam verbas para mandar alimentos para o Brasil. E fechamos a noite comendo pizza e vendo a estréia de Alice no país das maravilhas em 3D. Phoenix já deixa saudades.

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