Saturday, September 19, 2009

O velho é o novo


Bastam três dias sem escrever para ter um monte de reflexões engasgadas.

Foram alguns os filmes desses últimos dias. Voltei, de vez, ao ritmo de um filme por dia. Ando firme nesse índice, mesmo sem querer.

Quarta-feira fui ao cinema ver September issue, o documentário sobre a Anna Wintour. Tão sem graça que faz até eu, que adoro costurar e ver novos modelos de vestidos e saia, achar o mundo da moda um saco. O filme gira em torno da euforia e dedicação da equipe da Vogue para fechar a edição de setembro, a maior da revista. É um documentário em que todos os entrevistados são completamente poser e quanse nada tem a dizer. Alguém pode ter uma idéia pior? Depois de "O diabo veste Prada", deve ter sido a saída para salvar a pele da editora que já deixou tantos bichinhos sem pele.


Bem, quinta-feira, no trem para Boston, tive de recorrer ao meu salvador, líquido e certo, François. Revi "Jules et Jim" e devo confessar que agora o filme me pareceu ainda melhor. É intrigante. Daqueles que te deixam em ebulição dias depois. Um filme de amor, em todos os seus sentidos. O amor sexual, maternal, de amigos, de amantes. A fotografia linda, os diálogos engraçados, ácidos, lindos, os personagens, capazes de despertar sentimentos numa almofada, completam a obra-prima.


Ainda consumida pelo espírito aventureiro misteriso, dramático e cômico de Truffaut (como é que ele consegue tudo isso ao mesmo tempo?), sexta-feira resolvi dar marcha-ré. Assisti a "Pinneaple Express". Céus! Que bobagem! Parecia que a qualquer hora o Truffaut apareceriz dizendo "um amor assim delicado, você pega e despreza". Estraguei todo o embrulho com uma comédia sem a menor graça que, acreditem, eu parei de ver três vezes até conseguir chegar ao patético fim. E olha que eu até tenho gostado de comédias. Adorei "Funny People", adorei "Knocked Up" e adoro o Seth Rogers. Acho o gordinho um charme, fazer o quê? Bem, acho que agora, no trem voltando pra casa, vou ter que apelar. "O Tiro no pianista" me aguarda. Que Charles Aznavour seja capaz de apagar da minha memória o último Rogers.


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