Tuesday, February 9, 2010

Dia 12 - Um dia numa base do US Marines


Desde que cheguei aos Estados Unidos sonhava com o dia em que faria esta matéria. Um brasileiro nas Forças Armadas americanas. Tinha ouvido falar de alguns casos, mas nunca tinha conhecido nenhum e achava que jamais chegaríamos a eles. Até conhecer Alex.

Catarinense boa praça, que se alistou pensndo que no futuro conseguiria ter sucesso na vida política americana, ele nos convidou para passar o dia em Camp Pendleton, o maior campo dos Marines. Esse grupo é como o fuzileiro naval no Brasil. Fazem um pouco de tudo: aeronáutica, exército, marinha. São considerados a elite da tropa. Mais impressionante que saber que Alex havia sido selecionado no rigoroso exame deles, resistido aos treinamento, em que os militares passam frio, calor, fome e todo tipo de privação, foi descobrir que ele era completamente apaixonado por aquela vida. Vislumbrar uma guerra, segundo ele, não dá medo. Diz que com o treinamento que recebeu tem certeza de que voltará seguro.

Dentro do campo fizemos coisas normalmente proibidas para civis: almoçamos com eles, visitamos a academia de ginástica, fizemos compras, conhecemos o dormitório de um outro brasileiro (que, aliás, conhecemos por acaso no estacionamento. Ele nos abordou num português carregado de sotaque quando viu a bandeira estampada no carro). Um dia pra não esquecer jamais. Até porque vou dormir com ainda mais perguntas do que tinha quando acordei.

1 comment:

Anonymous said...

Passei 3 anos com a 82nd Airborne Division, em Fort Bragg, e na minha época chamavamos os Marines de Selfpropelled Sandbags. Se vc pode ver esses Leathernecks treinando vai entender porque os chamavamos assim... Quanto a guerra, de fato, nao da medo, desde que voce nao para para pensar, ao menos no Panamá, em 89, foi assim.