Tuesday, February 9, 2010

Dias 9 e 10 - Entre concertos e futebol

O fim de semana de folga foi perfeito. Aproveitamos o sábado para resolver mais coisinhas no RV e para fazer um programa que eu estava planejando desde que vi o filme "The Soloist": ir ao Walt Disney Concert Hall. Compramos os ingressos pra este sábado uma semana antes e, apesar de eles serem os mais baratos da casa (50 dólares), a moça da bilheteria prometeu: "há quem diga que são os acentos com o melhor som da casa". Imaginando algo perto do melhor som da sala vista como a que tem a melhor acústica do mundo, sabíamos que o espetáculo era promissor.

Por fora, o lugar já vale a pena. Foi construído por Frank Gehry (aquele do Guggenheim de Bilbao), portanto aqueles jogos de luz de tirar o fôlego já estavam previstos à luz do dia. Mas juro que não imaginava que à noite as estruturas de metal refletissem tanta luz.

Os ingressos davam direito a uma palestra sobre a 7a Sinfonia de Beethoven, que ouviríamos a seguir. Foi uma aula. Descobrimos que, ao escrevê-la, o compositor estava cheio de receios, porque havia acabado de compor a 6a, comparada a um quadro, de tantas paisagens emitidas pelo som. Ele não queria que pensassem que sua música deixava tudo claro, como se tivesse legendas. Sabia que se tratava de uma obra abstrata e não queria maus julgamentos. Escreveu o que Wagner chamou de "apogeu da dança".

Regida pelo maestro Herbert Blomstedt, um velhinho fofo que deu vontade de prender no canto da sala da minha casa, mas vigoroso como um moleque de vinte e poucos anos, a Filarmônica de Los Angeles fez a gente querer dançar. Às vezes parecia que eu estava numa banheira de gelo, às vezes sentia um enxame de abelhas me picando, às vezes elas viravam borboletas. Não tinha como ser a mesma depois daquilo. Saímos de alma lavada e nem o trânsito de Los Angeles parecia nos afetar. Claro, até errarmos o caminho e irmos parar no Skid Row, uma área em Downtown que lembra as piores ruas do centro do Rio. Moradores de rua, bêbados, dava medo de parar no sinal. Era o outro lado do "The Soloist". Era a casa do personagem do Jamie Foxx.

E isso foi só o sábado. No dia seguinte, um programa bem americano. Fomos ver o Super Bowl! Torcemos que nos acabamos pelo New Orleans Saints, entre um gole e outro de Corona e chips com a melhor guacamole que já comi (o Rosa Mexicano que me desculpe...). Não poderia ser diferente com Tanira de anfitriã. Casa linda, comida boa, risadas soltas. E com os Saints saindo vitoriosos. Continuo sem entender as regras do futebol americano, mas uma coisa eu confirmei: New Orleans é a Salvador dos Estados Unidos. Não vejo a hora de chegar lá.


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